Por muito tempo, o conhecimento técnico em uma universidade reconhecida era um um fator determinante no currículo para garantir uma boa colocação profissional no mercado. No entanto, com o passar dos anos, a formação acadêmica tem perdido cada vez mais importância nos processos seletivos quando comparada a exigência de habilidades interpessoais dos candidatos (inteligência emocional, capacidade de inovação, raciocínio lógico e entre outros).
Nessa nova realidade, a experiência e a certificação internacional são cada vez mais relevantes e consideradas diferenciais para os profissionais, já que são capazes de expandir as habilidades profissionais e pessoais. Ao ter contato com um ambiente totalmente novo, você se vê em desafios únicos que te exigem um maior senso de independência, permitem uma troca intercultural de experiências e visões, acarretando em mais aprendizado com novas perspectivas.
A Daniela Ximenes, Country Manager na Seequent, e alumni do programa de Management na Ohio University em julho/2018, já teve experiências profissionais e educacionais em quatro países, e compartilhou com a gente como essas vivências impactaram no desenvolvimento de sua vida pessoal e profissional.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista:
Analisando sua trajetória profissional, você teve várias experiências diferenciadas focadas em auxiliar na inserção de novas empresas ao mercado brasileiro. Como você enxerga hoje as oportunidades no mercado brasileiro para novos empreendimentos? Acredita que a pandemia impactou muito a percepção internacional sobre a economia brasileira?
“Me considero uma pessoa muito esforçada e dedicada, sempre gostei muito de estudar e aprender. Esse espírito de curiosidade sempre me incentivou a buscar novos desafios e manter contato com gente jovem.
Tive várias experiências internacionais, seja estudando ou trabalhando, já morei nos EUA, Nova Zelândia, em países da Europa e por aí vai. Essas experiências me deram uma visão bem ampla do mundo e do entendimento de como as coisas funcionam de modo diferente entre os países, mas não necessariamente piores ou melhores.
Por exemplo, o Brasil é sim um país muito burocrático, mas existem vários outros países que também são. A gente tende a achar que as coisas no nosso país são piores, mas nós somos uma população muito capacitada, com muito potencial.
Acredito que a pandemia trouxe uma perspectiva negativa sobre o Brasil para os países lá de fora, mas isso não tira as oportunidades que a gente tem aqui. Apesar do mercado ter sofrido muito nesse último ano, há mercados como o de tecnologia, que cresceram bastante.
Eu enxergo que o ano de 2021 terá oportunidades de crescimento, mas para aqueles que estiverem preparados. Não adianta ter apenas sorte, você precisa estar preparado para as oportunidades que aparecerem.”
Na grande parte das suas experiências profissionais você teve a oportunidade de trabalhar com pessoas de outros países e nacionalidades variadas. Quais você acredita serem os principais aprendizados e desafios de trabalhar com pessoas de diferentes culturas? Acredita que essa oportunidade impactou sua carreira/desenvolvimento profissional?
“Eu tento sempre passar para as pessoas que as coisas são diferentes, nem melhores e nem piores. Acredito que o principal desafio de trabalhar com pessoas de culturas diferentes seja conseguir transmitir a mensagem que não tem problema ser diferente, que é preciso respeitar essa divergência nos dois lados.
Eu, como brasileira, preciso ser respeitada pela minha cultura e também saber respeitar a cultura dos meus colegas estrangeiros.
Um grande exemplo disso é o nosso “jogo de cintura”, que eu particularmente enxergo como algo sensacional. Aprendemos a nos desvencilhar facilmente de situações, somos mais adaptáveis e sabemos lidar bem com mudanças; apesar disso, um contraponto é que por diversas vezes este nosso comportamento pode nos fazer sermos menos diretos e/ou assertivos.”
Nos últimos tempos o acesso à informação está em ascensão , assim como a velocidade de desenvolvimento de novas tecnologias. Considerando principalmente o modelo de negócio da empresa em que está trabalhando atualmente, qual você enxerga serem os maiores desafios de atuar em um setor em constante mudanças/evoluções? Você acredita que esse período de restrição social e novos hábitos impactou o setor?
“Na verdade, acho que impactou positivamente, já que no contexto atual que estamos vivendo, a área de tecnologia é uma das mais beneficiadas.
Essa mudança no dinamismo das coisas é uma tendência para o futuro, acho que vai se intensificar cada vez mais e as pessoas precisam aprender a lidar com isso. O acesso a dados, por exemplo, é algo que vem crescendo nos últimos anos e a gente ainda precisa aprender a usar isso da melhor forma para a sociedade e para os negócios; a gente já evoluiu bastante, mas ainda estamos no processo de aprendizado.”
Quais as maiores transformações que você identificou no setor nos últimos tempos?
“Acredito que principalmente a evolução da comunicação e tecnologia. Nos últimos anos temos assistido uma evolução em tecnologias cada vez mais disruptivas e, principalmente, em como as pessoas enxergam essas mudanças.
Acredito que o principal desafio das empresas de tecnologia é a aceitação das pessoas a essas novas tecnologias. Isso não tem a ver com a idade, mas sim com a mentalidade das pessoas de resistência ao novo. O papel da tecnologia é tirar as pessoas da zona de conforto.”
Quais os desafios de trabalhar com um produto nichado em um mundo globalizado?
“Acho que depende do mercado e do produto que você tem, porque além de ser um produto bom, para garantir bons resultados é essencial que seu produto também agregue valor e traga benefícios para o consumidor.
Para tecnologias novas, acho que o maior desafio é que sua aceitação no mercado depende do período de prova. Os consumidores precisam testar, ver se funciona, para de fato aderirem a ideia.
Não acredito que uma tecnologia substitui a outra, são públicos diferentes. Temos de estar em constante aprendizado, evolução e transformação, quem não estiver apto fica obsoleto.”
Considerando sua trajetória, como você descreveria o impacto do LAIOB na sua vida (pessoal, profissional e afins)?
“Foi uma experiência muito interessante, na qual tive a oportunidade de fazer um curso totalmente diferente dos anteriores que já havia feito. A universidade é sensacional, o campus é lindo, a estrutura é fantástica e a forma como o programa foi organizado também foi muito boa.
Das pessoas que estavam lá, eu era uma das mais experientes e ainda assim senti que agregou muito para mim. Acredito que toda a minha bagagem pessoal fez com que eu aproveitasse ainda mais o conteúdo do curso.”
Dê uma dica, um conselho ou uma frase que te inspire e você gostaria de compartilhar com as pessoas.
“A experiência internacional fez toda a diferença na minha vida pessoal e profissional, meu conselho é que aqueles que tiverem a oportunidade, tenham ao menos uma experiência internacional na vida. Acredito que muito do que eu conquistei tem a ver com minhas experiências internacionais, elas me deram uma outra visão de mundo, passei a respeitar ainda mais as outras culturas e suas diferenças, a dar valor para outras coisas.”
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Criado em 2014, o Grupo LAIOB – Latin America Institute of Business oferece programas customizados em universidades americanas e promove imersão de executivos latino-americanos nos ambientes mais inovadores do mundo. Tudo isso graças a um processo facilitado e desburocratizado onde cada cliente é atendido em suas expectativas e necessidades particulares.