Por que todo chefe deve pensar em oferecer oportunidades de trabalho flexíveis para seus funcionários

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Durante muitos anos, as 8 horas diárias de trabalho deram o tom nas organizações. Somada à carga horária, estava a definição de horários bem específicos e que eram seguidos à risca. Nos últimos anos, entretanto, isso tem mudado graças à flexibilidade no ambiente corporativo.

De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, os horários flexíveis fazem parte do desejo de 7 em cada 10 trabalhadores brasileiros. Além disso, 73% desejam poder atuar de casa. No entanto, apenas 56% aproveitam algum nível de flexibilidade. A tendência também é global: entre 8 mil companhias globais, 75% afirmaram ter condições diferenciadas.

Já que essa parece ser uma tendência sem volta, todo gestor precisa considerar a possibilidade. A seguir, veja por que todo chefe deveria oferecer oportunidades de trabalho flexíveis.

O futuro do trabalho flexível

A atuação flexível é caracterizada por questões que vão além da jornada que varia com as necessidades do funcionário. Também é possível contar com o trabalho remoto, com o modelo misto de jornada e até com a proposta freelancer.

No Brasil, o mercado freelancer deve crescer 20% em 2018. Até 2027, mais de metade da força de trabalho norte-americana seguirá esse modelo.

Além disso, o Fórum Econômico Mundial já apontou que a flexibilidade promete ser um dos maiores transformadores do ambiente corporativo nos próximos anos. Para impulsionar essa tendência, há questões como:

  • economia compartilhada;
  • conectividade elevada;
  • computação na nuvem;
  • urbanização;
  • mudanças climáticas e
  • necessidade de sustentabilidade.

Os benefícios da flexibilidade

O principal motivo para que os chefes ofereçam oportunidades de trabalho flexíveis é o conjunto de vantagens que são geradas. Trata-se de uma chance de garantir, acima de tudo, a diferenciação no mercado. Investir desde já nessa possibilidade também permite que o negócio saia à frente dos outros. A seguir, veja quais são os pontos que merecem atenção.

Fortalecimento da atração de talentos

Em um cenário cada vez mais competitivo e com falta de profissionais qualificados, a empresa tem que ser capaz de atrair os colaboradores. Para tanto, é preciso que as pessoas considerem cada oportunidade de emprego vantajosa, além de ter uma boa visão sobre o negócio.

De acordo com o estudo “The State of Flexible Work Arrangements”, 77% dos entrevistados sentem que as condições flexíveis são determinantes para considerar uma oferta de emprego. Tal questão, portanto, ajuda a diminuir a vacância e combate a escassez de talentos.

Aumento da motivação e da produtividade

Outro ponto importante é que os funcionários tendem a trabalhar de forma eficiente diante dessas condições. Um estudo publicado na European Social Review, por exemplo, mostrou que quem tem horas flexíveis, em geral, trabalha até 4 horas a mais por semana. Isso significa, portanto, maior nível de participação.

Além disso, a Universiti Tun Hussein Onn Malaysia divulgou um estudo que apresenta uma ligação entre horários flexíveis e a motivação dos colaboradores. Há, então, um melhor clima organizacional e um aumento de eficiência.

Ampliação da retenção de talentos

Já que o cenário é cada vez mais desafiador, não basta atrair as pessoas. É preciso fazer com que elas fiquem no empreendimento, pois isso diminui os custos e potencializa a produtividade.

Uma pesquisa com 3 mil profissionais demonstrou que 32% dos entrevistados, em 2017, estariam dispostos a trocar de emprego devido à falta de flexibilidade. Em 2014, esse número era de 17%.

Por outro lado, uma pesquisa do Asia Pacific Journal of Human Resources demonstrou que os arranjos flexíveis ajudam a aumentar o engajamento e, portanto, a retenção.

A implementação dessa possibilidade

Para aproveitar todos os aspectos positivos, é fundamental que o empreendimento faça uma implantação adequada. É crucial ter um bom planejamento, de modo que a oferta seja consistente e correta a cada necessidade. Para entender melhor, veja quais são os pontos que devem ser levados em conta.

Identifique as necessidades e os objetivos

Primeiramente, as condições flexíveis têm que estar alinhadas com os objetivos do negócio. Se, em um setor, não faz sentido oferecer trabalho remoto, a jornada flexível pode ser a única escolhida.

O importante é estabelecer quais são os resultados desejados para cada posição e como eles devem ser alcançados. A partir disso, fica clara qual é a oportunidade certa para o empreendimento.

Aprenda com outras empresas

Na hora de trazer essa inovação, muitos gestores tentam “reinventar a roda”. Essa é uma prática que já tem se consolidado no mundo, então não é preciso recorrer a soluções mirabolantes.

Em vez disso, é muito melhor estudar os casos de sucesso e aprender com a experiência de outras empresas. Com as adaptações necessárias, é mais fácil atingir o êxito e obter o bom desempenho.

Invista em comunicação

Não adianta elaborar uma gama de condições flexíveis se as pessoas não souberem que elas estão disponíveis. Também é fundamental que todos entendam como tal liberdade funciona e que tipo de resultado tem que ser alcançado.

Para que não restem dúvidas ou falhas, deve-se reforçar a comunicação. Aposte num alinhamento de cultura e permita que as pessoas explorem o novo modo de trabalho. No final, isso facilita a adaptação à novidade.

Dê atenção ao feedback

Conforme os profissionais recorrerem a essa possibilidade, elas terão impressões — que são positivas ou negativas. Em alguns casos, uma regra pode não ser necessária ou tem que passar por uma modificação para se adaptar às exigências do empreendimento.

O melhor modo de reconhecer as necessidades de mudança e de executá-las é por meio do feedback. Após o período inicial, peça para que os colaboradores se expressem sobre a nova possibilidade. A partir das respostas, fica fácil executar as alterações.

Acompanhe os resultados

A oferta de oportunidades de trabalho flexíveis acontece, também, pelo interesse de gerar uma performance reforçada para o negócio. Então, é fundamental estabelecer métricas e acompanhar os resultados.

Faça uma análise da evolução do nível de produtividade ou da taxa de rotatividade ou turnover. Verifique outros pontos, como redução de custos, melhoria no clima organizacional, número de candidatos para vagas e assim por diante. Com a consolidação dos dados, será simples identificar se tudo tem funcionado.

Atualmente e para o futuro, todo chefe deve pensar em oferecer oportunidades de trabalho flexíveis. Além dos benefícios para os colaboradores, é uma possibilidade de gerar resultados otimizados para a empresa.

Nos comentários, diga o que você pensa sobre esses arranjos diferenciados. Deixe a sua opinião aqui no blog!